<font color=d40000>Uma causa com causas</font>
Tal como toda a sua vida, também a morte de Arafat recolocou uma vez mais a questão da Palestina no centro das atenções internacionais. Embora não tenham faltado os oportunistas que tentam apresentar o malogrado presidente da Autoridade Nacional Palestiniana como «o obstáculo» à paz enfim removido, a ocasião serviu igualmente para denunciar a dramática realidade vivida nos territórios ilegalmente ocupados por Israel e a heróica saga dos palestinianos pela justa causa da Palestina.
Não é possível compreender o que se passa na actualidade sem recuar ao longínquo ano de 1948, quando praticamente toda a Palestina foi militarmente ocupada pelo Estado de Israel e destruída a sociedade que aí existia.
Foi nessa altura que os palestinianos se tornaram uma minoria no seu próprio país, perante a indiferença de uma comunidade internacional desejosa de limpar a consciência dos crimes da II Guerra Mundial e de se ver livre da pressão dos judeus.
Centenas de aldeias árabes foram destruídas para dar lugar aos colonatos - todos construídos em terras ilegalmente ocupadas - e os seus habitantes expulsos, despojados e forçados ao exílio.
Nesse ano fatídico da fundação do Estado de Israel, os palestinianos perderam cerca de 78 por cento da Palestina histórica, de que a Margem Ocidental e a Faixa de Gaza não representam mais do 22 por cento.
É esta minúscula parcela de terra que está hoje em disputa e não toda a Palestina. E desta ínfima parte, 60 por cento da Margem Ocidental e 40 por cento da Faixa de Gaza estão sob o controlo de Israel desde 1967.
O que os sucessivos planos ditos de paz têm «oferecido» aos palestinianos é uma manta de retalhos sem continuidade territorial, verdadeiros ghettos cercados por Israel, sem viabilidade económica, sem liberdade de movimentos, sem controlo das fronteiras. Um simulacro de um Estado para um povo a que não se admite sequer o direito de regresso ao local de onde foi expulso.
A ferida aberta em 1948 continua a sangrar na Palestina, sem outro remédio que não seja a esperança dos que lutam pela sua justa causa.
A irreversibilidade do Estado de Israel já não é posta em causa, mas como poderá aspirar a viver em paz um povo que coloniza, oprime e explora os seus vizinhos, e que nem aos árabes que aceitaram a cidadania israelita reconhece igualdade de direitos?
A lei da terra, que os árabes não podem possuir, ou a lei dos casamentos mistos, que impede a coabitação de casais israelo-árabes, são apenas dois exemplos de discriminação racista vigente em Israel.
Meio século de crimes e de desrespeito por todas as deliberações da ONU - com o beneplácito dos EUA que suportam e financiam militar e economicamente Israel - não bastaram para pôr fim a um dos crimes mais hediondos da história da Humanidade. Terão de ser os palestinianos, com a solidariedade activa dos povos de todo o mundo, a prosseguir a batalha pela sua libertação.
Tarde ou cedo, a Palestina vencerá.
Foi nessa altura que os palestinianos se tornaram uma minoria no seu próprio país, perante a indiferença de uma comunidade internacional desejosa de limpar a consciência dos crimes da II Guerra Mundial e de se ver livre da pressão dos judeus.
Centenas de aldeias árabes foram destruídas para dar lugar aos colonatos - todos construídos em terras ilegalmente ocupadas - e os seus habitantes expulsos, despojados e forçados ao exílio.
Nesse ano fatídico da fundação do Estado de Israel, os palestinianos perderam cerca de 78 por cento da Palestina histórica, de que a Margem Ocidental e a Faixa de Gaza não representam mais do 22 por cento.
É esta minúscula parcela de terra que está hoje em disputa e não toda a Palestina. E desta ínfima parte, 60 por cento da Margem Ocidental e 40 por cento da Faixa de Gaza estão sob o controlo de Israel desde 1967.
O que os sucessivos planos ditos de paz têm «oferecido» aos palestinianos é uma manta de retalhos sem continuidade territorial, verdadeiros ghettos cercados por Israel, sem viabilidade económica, sem liberdade de movimentos, sem controlo das fronteiras. Um simulacro de um Estado para um povo a que não se admite sequer o direito de regresso ao local de onde foi expulso.
A ferida aberta em 1948 continua a sangrar na Palestina, sem outro remédio que não seja a esperança dos que lutam pela sua justa causa.
A irreversibilidade do Estado de Israel já não é posta em causa, mas como poderá aspirar a viver em paz um povo que coloniza, oprime e explora os seus vizinhos, e que nem aos árabes que aceitaram a cidadania israelita reconhece igualdade de direitos?
A lei da terra, que os árabes não podem possuir, ou a lei dos casamentos mistos, que impede a coabitação de casais israelo-árabes, são apenas dois exemplos de discriminação racista vigente em Israel.
Meio século de crimes e de desrespeito por todas as deliberações da ONU - com o beneplácito dos EUA que suportam e financiam militar e economicamente Israel - não bastaram para pôr fim a um dos crimes mais hediondos da história da Humanidade. Terão de ser os palestinianos, com a solidariedade activa dos povos de todo o mundo, a prosseguir a batalha pela sua libertação.
Tarde ou cedo, a Palestina vencerá.